Esporte de luta tradicional
O boxe, também chamado de pugilismo, é um esporte que surgiu no Egito por volta de 3.000 a.C., como uma atração das festas realizadas pelos faraós. Contudo, o esporte se tornou popular apenas na Grécia Antiga, por volta no século VII a.C, com sua inclusão nas modalidades olímpicas.
No Egito Antigo, além do boxe, esportes como levantamento de peso, natação e atletismo já eram praticados na época. Nas tumbas de Saqqara, construída a mais de 4.400 anos, foram identificadas cenas com boxeadores lutando, enquanto faraós e príncipes observavam a competição.
O boxe ficou mais popular na Grécia Antiga, contudo sabe-se pouco sobre as regras do esporte na época. Mas se tinha conhecimento que os lutadores poderiam atacar com os punhos e envolviam os dedos com tiras de couro. O fim do jogo era decretado quando um dos atletas ficava inconsciente ou indicava desistência.
Representação do boxe na Grécia Antiga. (Foto: Wikipédia)
Na Grécia também existia o pancrácio, uma combinação da luta e do boxe, uma prova extremamente violenta e que poderia até levar a morte. A competição envolvia socos, chutes, joelhadas, cabeçadas, estrangulamentos, etc. Tudo era permitido, exceto enfiar os dedos nos olhos e atacar a região intíma.
No Império Romano, as lutas de boxe e as competições se tornaram mais sangrentas. Isso porque, os lutadores, geralmente gladiadores, competiam com luvas feitas de metal. Desde esse período o boxe entrou em declínio.
O boxe ressurgiu na Inglaterra, durante os séculos XVIII e XIX, praticado com as mãos descobertas (sem luva ou nenhum tipo de proteção), o que o tornava bastante violento. Consequentemente, o esporte precisou passar por algumas modificações afim de minimizar esse caráter atroz.
Em 1865, o esportista John Graham Chamber criou as “Regras do Marquês de Queensberry”, um conjunto de normas para prática do esporte moderno. Confira algumas regras:
1. Todas a lutas deverão acontecer em um ringue apropriado;
2. Cada assalto deverá ter 3 minutos de duração, cada um com um intervalo de 1 minuto;
3. Caso um pugilista seja derrubado, será realizada uma contagem de 10 segundos para ele se reerguer, sem auxílio de outras pessoas. Caso o atleta caído não consiga se levantar no tempo, o árbitro pode encerrar a luta e dar a vitória ao adversário;
4. Os pugilistas deverão usar luvas de boxe, novas e de boa qualidade;
O boxe no Brasil
No início do século XX, o boxe não tinha muita popularidade no Brasil. Os poucos praticantes eram os emigrantes alemães e italianos, que estavam localizados no Rio Grande do Sul e em São Paulo, local onde foi realizada a primeira competição, entre um ex-boxeador francês e o brasileiro Luís Sucupira, o Apolo Brasileiro.
Benedito dos Santos, o Ditão foi um brasileiro lutador de boxe que se destacou entre os anos de 1922 e 1923. Contudo, sua carreira foi interrompida permanentemente ao sofrer um derrame, após enfrentar e perder para o campeão europeu Hermínio Spalla. Esse acontecimento fez o boxe ser proibido no país até meados de 1925.
Robson Conceição, primeiro medalhista de ouro nas Olimpíadas. (Foto: Wikipédia)
Após a revogação da proibição, o boxe entrou na sua era de ouro, um período que durou de 1926 a 1932. Nessa época surgiram nomes como Ítalo Hugo, o menino de ouro e outros:
- • Antônio Zumbano, o Zumbanão: foi a primeira celebridade do boxe brasileiro entre os anos de 1936 a 1950. O atleta participou de 140 lutas, das quais metade venceu por nocaute;
• Éder Jofre: participou dos Jogos Olímpicos de Melbourne, na Austrália, em 1956. O pugilista ocupou o ranking do TOP 10 da antiga NBA, atual Associação Mundial de Boxe (WBA);
• Servílio de Oliveira: esse foi primeiro atleta brasileiro a ganhar uma medalha olímpica. A conquista da medalha de bronze aconteceu nos Jogos da Cidade do México, em 1968;
• Maguila: atleta que teve muitos holofotes no país, participou de 87 lutas, das quais 78 foram nocautes. A maioria contra lutadores europeus, sul-americanos e norte-americanos;
• Acelino Freitas, o Popó: atuando como profissional, esse pugilista disputou 40 lutas com 38 vitórias, das quais 29 foram nocautes consecutivos e apenas duas derrotas.
• Robson Conceição: esse atleta conquistou o primeiro ouro olímpico do boxe, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
Olimpíadas
O boxe foi inserido como esporte olímpico em 688 a.C, na 23ª Olimpíada da Antiguidade. No ressurgimento dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, nas Olimpíadas de 1896, realizada em Atenas, o boxe não foi incluído como modalidade esportiva. Ele só foi reinserido nas Olimpíadas de 1904, na cidade de Saint Louis.
A luta
O boxe olímpico possui dez categorias no masculino, com três rounds de 3 minutos cada, e no feminino há três categorias, com quatro rounds de 2 minutos. Há também diferenças quanto aos equipamentos, os homens não usam capacetes durante as lutas, mas as mulheres sim.
O queixo é o ponto mais visado em uma luta de boxe, pois as pancadas sucessivas causam inchaços dentro do cérebro causando edemas, estes vão se espalhando e acabam espremendo o tronco cerebral – região que comanda o sistema. Quando isso acontece, o adversário pode entrar em nocaute.
Categorias
Masculino
• Mosca-ligeiro: até 49kg
• Mosca: até 52kg
• Galo: até 56kg
• Leve: até 60kg
• Médio-ligeiro: até 64kg
• Meio-médio: até 69kg
• Médio: até 75kg
• Meio-pesado: até 81kg
• Pesado: até 91kg
• Superpesado: a partir de 91kg
Feminino
• Mosca: até 51kg
• Leve: até 60kg
• Meio-pesado: até 81kg
Situações e golpes
Os principais golpes do boxe são:
• Cruzado: Curto na lateral da cabeça;
• Jab: rápido, com a mão na frente da guarda;
• Direto: potente, realizado com a mão de trás da base;
• Gancho: atinge a região da cintura;
• Swing: realizado na diagonal, de cima para baixo;
• Uppercut: de baixo para cima, com foco principal no queixo;
• Nocaute knockout (KO): golpe que derruba o oponente por 10 segundos;
• Golpes baixos: são os golpes aplicados abaixo da cintura que não são permitidos no boxe;
• Sparring: uma simulação de luta entre pugilistas
fonte: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/educacao-fisica/boxe