Primeira mulher faixa preta no KRAV MAGA

Quando eu penso no que significa ser faixa preta, passa um filme na minha cabeça.

Eu penso em todos esses 15 anos que eu pratico Krav Maga de como eu fui mudando, como a minha vida foi mudando mas ao mesmo tempo como o Krav Maga foi uma constante todos esses anos. Não importava o que acontecesse, terças e quinta à noite eu estava no treino. E todo mudo sabia disso. Estar no Krav Maga, para mim, vai além de “fazer algum exercício”, foi a forma que eu encontrei de ficar bem para enfrentar a vida, o mundo. Eu penso em como eu olhava para os graduados com admiração, para os faixas pretas então…. um lugar realmente inalcançável. Quando o mestre Cláudio me avisou que eu ia fazer esse exame para a faixa preta eu entendi que ia precisar me recolocar diante do que significava fazer um exame. Para a faixa preta é diferente. Muito mais do que ficar um ano me preparando com preparador físico, nutricionista, treinos extras, eu ia precisar me transformar e quando o mestre Kobi fala isso na entrega de faixa, pode acreditar, é verdade! Faixa preta não é qualquer faixa. Além de tudo isso, o fato de não ter mulher na faixa preta me assustava ainda mais. Eu me perguntava de verdade se era possível uma mulher fazer esse exame. O bom é que ser muito difícil, porque é, não significa ser impossível. É um caminho difícil, tem muito, muito treino envolvido, físico e técnico, tem muito psicológico envolvido, tem muita vontade e muito “querer ser faixa preta” envolvido. E fazer esse exame é uma escolha que a gente faz que não tem volta. Ou a gente se transforma, se supera faz “muito além do impossível” ou a gente nunca vai saber o que é ser um faixa preta de Krav Maga. 

 Larissa Pace Leite

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